O presidente Luiz Inácio Lula da Silva sancionou uma nova lei que fortalece o enfrentamento ao crime organizado no Brasil e amplia a proteção de profissionais que atuam em investigações e processos judiciais. A medida, publicada no Diário Oficial da União, altera trechos do Código Penal e de outras legislações, com o objetivo de tornar mais rígidas as punições e fechar brechas usadas por grupos criminosos.
Penas mais duras e novos crimes definidos
Entre as principais mudanças, a nova legislação cria dois tipos penais específicos: a obstrução e a conspiração para obstrução de ações contra o crime organizado. Ambas as infrações passam a ter pena de quatro a doze anos de prisão, além de multa. O objetivo é impedir interferências em investigações e garantir que os processos sigam sem pressões externas.
A reforma também inclui alterações no artigo 288 do Código Penal, que trata da associação criminosa. Agora, pedir ou encomendar crimes a membros de organizações passa a ser punido com prisão de um a três anos. A proposta busca atingir não apenas os executores, mas também quem ordena ou se beneficia das ações ilícitas.
Proteção reforçada a servidores da segurança e da Justiça
Outro ponto central da lei é o reforço na proteção de juízes, promotores, policiais e militares. O texto amplia o alcance das medidas de segurança para incluir profissionais aposentados e seus familiares. A nova redação da Lei nº 12.694/2012 determina que a proteção seja estendida a todos os agentes que atuam no combate ao crime, especialmente em regiões de fronteira — áreas consideradas estratégicas no tráfico de drogas e contrabando.
Modernização no enfrentamento ao crime
A Lei das Organizações Criminosas (Lei nº 12.850/2013) também foi atualizada: quem tentar impedir ou atrapalhar investigações ligadas a essas quadrilhas poderá receber pena de três a oito anos de prisão.
Segundo o governo federal, as mudanças têm como foco fortalecer a segurança pública e garantir a integridade de quem combate o crime. Especialistas avaliam que a iniciativa representa um avanço, mas alertam para a necessidade de investimento em estrutura e fiscalização para que as novas regras saiam do papel de forma eficaz.






