O Banco Central divulgou, em 8 de outubro, novos dados sobre a movimentação da poupança e o cenário não é animador para quem ainda mantém dinheiro na caderneta. Em setembro, os saques voltaram a superar os depósitos, resultando em uma retirada líquida de R$ 15 bilhões — o terceiro mês consecutivo de resultado negativo.
Saldo ultrapassa R$ 1 trilhão, mas tendência é de esvaziamento
Segundo o levantamento, foram aplicados R$ 356,6 bilhões no período, enquanto as retiradas totalizaram R$ 371,6 bilhões. Mesmo com os rendimentos creditados, que somaram R$ 6,4 bilhões, o saldo total segue pouco acima de R$ 1 trilhão. De acordo com a Agência Brasil, apenas os meses de maio e junho registraram saldo positivo em 2025.
O movimento de saída, porém, não é novidade. Desde 2023, a poupança vem acumulando perdas. Naquele ano, os saques superaram os depósitos em R$ 87,8 bilhões. Já em 2024, o déficit foi de R$ 15,5 bilhões, e no acumulado de 2025, os resgates líquidos já somam R$ 78,4 bilhões.
Juros altos reduzem a atratividade da caderneta
Um dos principais fatores que explicam essa fuga é a taxa Selic, mantida em 15% ao ano após sete aumentos consecutivos. Com os juros em patamar elevado, outras modalidades, como CDBs e títulos públicos, passam a oferecer retorno muito mais vantajoso. A política de juros altos busca conter a inflação, mas acaba desestimulando a poupança tradicional.
Rendimento abaixo da inflação preocupa investidores
Quando a Selic está acima de 8,5%, o rendimento da poupança fica limitado a 0,5% ao mês mais a Taxa Referencial (TR). Mesmo com esse acréscimo, o retorno tem ficado abaixo da inflação, que acumula alta de 5,13% em 12 meses até agosto, segundo o IPCA.
Investidores migram para opções mais rentáveis
Diante desse cenário, cresce o número de brasileiros que buscam alternativas como Tesouro Direto, fundos e aplicações em renda fixa. O próprio Banco Central alerta que quem mantém recursos parados na poupança pode estar perdendo oportunidades de rendimento melhores e comprometendo o poder de compra a longo prazo.






