No litoral do Maranhão, o parque nacional conhecido como Lençóis Maranhenses se apresenta como um verdadeiro “deserto”, porém um deles único no mundo. São campos extensos de areia branca, semelhantes aos encontrados no Saara, mas com um detalhe impressionante: entre as dunas se formam centenas de lagoas de águas azuladas e esverdeadas. Esta paisagem singular surge quando as chuvas da estação chuvosa inundam as depressões naturais entre as dunas, criando um quadro de rara beleza.
Chuva e areia: um paradoxo natural
Apesar da aparência árida, os Lençóis recebem muita chuva – mais de 1 600 milímetros por ano em alguns pontos. Durante o período entre janeiro e junho, a água da precipitação é absorvida pela areia e eleva o lençol freático, gerando lagoas temporárias que preenchem o terreno. Depois, na estação seca, as dunas predominam e algumas lagoas começam a reduzir de volume. Esse ciclo dá origem à paisagem singular que combina deserto e oasis.
Um destino fora do comum
Visitar esse local é embarcar em uma experiência diferente de qualquer outro destino de deserto ou praia. A combinação entre gigantescas dunas e lagoas que surgem repentinamente confere ao espaço um caractere quase surreal. O período mais indicado para contemplar o espetáculo das águas cheias vai de maio a agosto. Depois disso, o cenário muda com o declínio do nível das lagoas e a ênfase volta para as dunas limpas e o sol brilhante.
Natureza que impressiona e precisa ser respeitada
Esse ambiente único exige também cuidado e respeito. A presença de dunas móveis, lagoas frágeis e ecossistemas sensíveis torna essencial a consciência ambiental por parte dos visitantes. Percorrer esse “deserto cheio de água” é um privilégio cada vez mais raro, e preservá-lo depende da colaboração de todos. Em resumo, os Lençóis Maranhenses não são apenas um cartão-postal diferente — são um lembrete de que a natureza pode surpreender com contrastes extraordinários.






