Meses após a divulgação de um estudo que movimentou a comunidade científica, a hipótese de um novo planeta em nosso Sistema Solar voltou a ser lembrada. Pesquisadores sugeriram a possível existência de um corpo celeste até então invisível, batizado informalmente de “Planeta Y”. A proposta surgiu a partir da análise das órbitas inclinadas de alguns objetos no Cinturão de Kuiper — uma vasta região repleta de corpos gelados situada além de Netuno.
Os cientistas acreditam que algo estaria interferindo nesses trajetos, alterando o padrão esperado. “A explicação mais provável é a presença de um planeta menor que a Terra, mas maior que Mercúrio, orbitando em uma área remota do Sistema Solar”, afirmou Amir Siraj, astrofísico da Universidade de Princeton e autor principal da pesquisa publicada na Monthly Notices of the Royal Astronomical Society: Letters.
Um novo candidato entre os mundos ocultos
O chamado Planeta Y é o mais recente entre os vários astros hipotéticos propostos nos últimos anos para explicar as anomalias gravitacionais detectadas além de Plutão. A região, pouco iluminada e de observação complexa, tem desafiado cientistas há décadas — e a chegada do Observatório Vera C. Rubin, no Chile, pode mudar esse cenário. Com início das operações previsto para os próximos anos, o telescópio deve mapear o céu noturno com detalhes inéditos.
“É provável que em dois ou três anos tenhamos uma resposta definitiva. Se o planeta estiver dentro do campo de visão, será possível detectá-lo diretamente”, explicou Siraj.
Hipótese ganha força com novas simulações
De acordo com o estudo, o Planeta Y teria entre a massa de Mercúrio e a da Terra, orbitando entre 100 e 200 vezes a distância da Terra em relação ao Sol. Essa presença poderia justificar a inclinação de cerca de 15 graus observada em parte do Cinturão de Kuiper.
Mesmo assim, o mistério permanece. Para Siraj e outros astrônomos, o debate sobre o chamado “Planeta Nove” e o possível “Planeta Y” está longe de terminar. Ambos, afirmam os cientistas, podem existir — e suas descobertas ajudariam a compreender melhor a formação e as fronteiras do nosso Sistema Solar.






