Uma das marcas de bebidas alcoólicas mais associadas ao luxo e ao gosto refinado de homens ricos virou alvo de uma investigação bilionária.
A polícia da Itália apreendeu mais de R$ 1 bilhão em ativos pertencentes à controladora da famosa marca Campari, suspeita de envolvimento em um esquema de fraude fiscal internacional.
Embora a companhia negue qualquer irregularidade, a operação reacendeu debates sobre estratégias de grandes grupos empresariais para escapar da carga tributária em seus países de origem.
Marca de bebida alcoólica considerada de homens ricos cai em investigação de R$ 1 bilhão
O caso tem como palco a Itália, berço da tradicional Campari, e gira em torno da holding Lagfin, empresa com sede em Luxemburgo e controladora majoritária da fabricante de bebidas.
A operação foi conduzida a pedido do Ministério Público italiano e autorizada pela Justiça do país.
Segundo os investigadores, a Lagfin teria deixado de pagar impostos sobre ganhos de capital gerados em uma reorganização societária que envolveu a incorporação de uma subsidiária italiana.
Essa manobra, ainda de acordo com as autoridades, transferiu parte da estrutura tributária do grupo para fora da Itália, o que caracterizaria evasão fiscal.
Os promotores estimam que a quantia envolvida na manobra chega a 5,3 bilhões de euros (equivalente a mais de R$ 30 bilhões), e apontam que os tributos não pagos ultrapassam o equivalente a US$ 1,5 bilhão.
A apreensão de ativos feita pela polícia incluiu, principalmente, ações da Lagfin.
Em nota oficial, a empresa rebateu as acusações, dizendo que a investigação se refere a uma disputa tributária antiga e que jamais envolveu o Campari Group diretamente. A holding também afirmou que sempre respeitou as leis italianas e que pretende se defender com firmeza.
Lagfin segue controlando a marca Campari, apesar das investigações
Embora a investigação mire exclusivamente a controladora, a Campari, fundada em 1860, acaba sendo arrastada para os holofotes por ser a principal empresa operada pela Lagfin.
Com sede em Milão e ações negociadas na bolsa italiana, a Campari é uma gigante global do setor de bebidas alcoólicas, dona de marcas como Aperol, Grand Marnier e Wild Turkey. Até o momento, a fabricante italiana não se pronunciou oficialmente sobre a investigação.
Especialistas apontam que, mesmo sem envolvimento direto, situações como essa podem gerar ruídos no mercado e afetar a imagem de marcas consolidadas.
Ainda assim, a Lagfin segue controlando a Campari com ampla maioria dos votos acionários, o que, segundo a empresa, não muda com a apreensão judicial.






