Uma nova rotina de trabalho começa a se consolidar no coração tecnológico dos Estados Unidos. Conhecido como “método 9-9-6”, o modelo — que propõe jornadas das 9h da manhã às 9h da noite, seis dias por semana — vem conquistando adeptos entre startups e empresas de tecnologia em San Francisco. A prática, porém, tem gerado debates sobre produtividade, saúde mental e qualidade de vida.
Origem em empresas chinesas
O conceito surgiu na China, impulsionado por gigantes como Alibaba e Huawei, que associavam longas horas de trabalho à dedicação e ao sucesso profissional. A filosofia do “trabalhar até vencer” se tornou um símbolo de comprometimento extremo no setor tecnológico chinês — e agora começa a influenciar o Vale do Silício.
Segundo especialistas, o 9-9-6 reflete uma mentalidade competitiva e de urgência constante, típica do ambiente de inovação. Para muitos empreendedores, esse ritmo intenso seria o preço a pagar por se manter relevante em um mercado globalizado.
Impactos e críticas ao modelo
Apesar de ser exaltado por alguns como sinônimo de disciplina e foco, o método tem despertado fortes críticas. Pesquisadores e líderes do setor alertam que o excesso de trabalho pode causar esgotamento, comprometer a saúde mental e reduzir a criatividade — justamente o que impulsiona a inovação.
Além disso, há o risco de afastar profissionais experientes em busca de um estilo de vida mais equilibrado. “Não há sustentabilidade em um modelo que transforma o trabalho em uma corrida sem linha de chegada”, afirmou um investidor ouvido pelo portal TechWorld.
Tendência e novas interpretações
Nem todas as empresas adotam o 9-9-6 de forma literal. Em algumas startups, a ideia se traduz mais em uma filosofia de engajamento do que em uma exigência de 72 horas semanais. Ainda assim, cresce o alerta sobre os limites dessa cultura.
Curiosamente, já há rumores sobre uma nova tendência ainda mais extrema — o chamado “0-0-7”, expressão que simboliza trabalhar 24 horas por dia, sete dias por semana. Para muitos especialistas, o avanço dessas práticas levanta um debate urgente sobre até onde vale a pena ir em nome da produtividade.






