Entre os relatos mais emblemáticos da Bíblia está o da mulher de Ló, uma narrativa que atravessou séculos e segue sendo lembrada como um alerta sobre as consequências da desobediência. Segundo o livro de Gênesis, Ló e sua família receberam a ordem de deixar a cidade de Sodoma antes que ela fosse destruída. A instrução era clara: não olhar para trás. No entanto, em um momento de curiosidade ou apego, a esposa de Ló voltou o olhar para a cidade em chamas — e foi transformada instantaneamente em uma estátua de sal.
A cena, além de trágica, carrega um forte simbolismo. Representa o perigo de se prender ao passado e de ignorar advertências que visam à proteção. Assim, a “mulher que virou pedra” tornou-se um dos maiores exemplos bíblicos do preço da desobediência.
Pedras e cidades: imagens recorrentes nas Escrituras
O tema das pedras e das cidades aparece em diversos trechos da Bíblia, quase sempre com significados espirituais profundos. Em um dos momentos mais marcantes do Novo Testamento, Jesus profetiza a destruição do templo de Jerusalém, dizendo que “não ficará pedra sobre pedra”. A frase, além de prever um acontecimento histórico, simboliza a transitoriedade das estruturas humanas diante da vontade divina.
Já no livro do Apocalipse, surge uma visão oposta: a da Nova Jerusalém. Nela, as muralhas e alicerces são feitos de pedras preciosas, e as portas, de pérolas — uma imagem de pureza e perfeição espiritual.
A força simbólica da pedra na fé cristã
A metáfora da pedra também aparece em outras passagens. Jesus é descrito como a “pedra viva”, rejeitada pelos homens, mas escolhida por Deus como fundamento da fé. Aos fiéis, é atribuído o papel de “pedras vivas”, construindo juntos uma casa espiritual. Assim, da mulher que virou sal à cidade adornada por pedras preciosas, a Bíblia transforma o elemento mineral em símbolo de fé, resistência e transformação.






