A Nestlé anunciou o fim do ciclo para vários funcionários em uma reestruturação que deve impactar cerca de 16 mil trabalhadores em todo o mundo. As demissões atingem, sobretudo, cargos administrativos e de gestão — conhecidos como funções de “colarinho branco”. Em comunicado oficial, a empresa afirmou que está “evoluindo, simplificando sua organização e automatizando processos”.
A medida, que gerou surpresa e apreensão no mercado, marca uma mudança de rumo na estratégia da multinacional suíça. Pela primeira vez, uma empresa do setor alimentício adota uma política de corte em massa semelhante às vistas em grandes companhias de tecnologia, como forma de enxugar estruturas internas e ampliar o uso da automação.
Nova direção e foco em eficiência
A decisão vem sob a liderança do novo CEO, Philipp Navratil, que assumiu o comando da empresa com uma proposta mais agressiva de gestão. Segundo ele, o plano de transformação visa preparar a Nestlé para um cenário global de maior competitividade. Em publicação no LinkedIn, o executivo explicou que o foco será digitalizar e automatizar setores estratégicos, o que deve resultar em uma economia bilionária até 2027.
A meta, que antes previa uma redução de custos de 541 milhões de euros, foi ampliada para 1,08 bilhão de euros, refletindo o novo ritmo imposto pela direção.
Demissões não indicam crise financeira
Ao contrário do que se via no passado, as demissões não estão ligadas a prejuízos financeiros. A Nestlé registrou crescimento orgânico de 3,3% nas vendas nos primeiros nove meses de 2025, com bons resultados em mercados importantes.
A maior parte das demissões — cerca de 12 mil — deve ocorrer em áreas administrativas e de escritório. Os outros 4 mil cortes envolverão setores de produção e cadeia de suprimentos. A empresa, no entanto, não detalhou quais países serão mais afetados pela reestruturação.






