O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou nesta semana os dados do Censo de 2022 sobre os nomes mais comuns no Brasil.
Além de revelar os campeões de popularidade entre os brasileiros, a pesquisa também chamou atenção para uma tendência silenciosa, mas reveladora: o sumiço gradual de nomes masculinos que, durante décadas, foram escolhas quase automáticas entre os pais e mães na hora de registrar os filhos.
Nome masculino que todas mães colocavam nos bebês desapareceu
Nomes como Everaldo, Osvaldo, Genival, Cláudio e Valdemar, que um dia foram praticamente onipresentes em salas de aula, batismos e documentos por todo o país, hoje mal aparecem nas certidões de nascimento.
Embora tenham carregado prestígio, seriedade e tradição, essas denominações vêm sendo substituídas por opções consideradas mais modernas, curtas e internacionalizadas.
Especialistas apontam que mudanças culturais, influência da mídia e o desejo dos pais por escolhas “únicas” ou com sonoridade atual contribuem para o abandono desses clássicos.
Além disso, há uma percepção geracional envolvida: Osvaldo ou Genival são hoje automaticamente associados a figuras paternas ou avôs, o que faz com que muitos pais evitem repeti-los nos filhos, mesmo quando essas denominações têm forte valor afetivo ou histórico na família.
Mas nem todos os tradicionais desapareceram
Por outro lado, o Censo 2022 mostra que alguns nomes tradicionais resistem ao tempo. O levantamento indica que Maria e José continuam liderando o ranking nacional, com mais de 12 milhões e 5 milhões de registros, respectivamente.
O dado mostra que, embora muitos nomes tenham perdido força, alguns ainda mantêm uma ligação cultural profunda com o país.
Entre os nomes masculinos mais comuns atualmente estão João, Antônio, Francisco, Pedro e Carlos, que resistem à passagem do tempo.
Também se destacam escolhas mais recentes na preferência dos brasileiros, como Lucas, Gabriel, Miguel e Davi. Gabriel, por exemplo, não estava no top 10 em 2010, mas agora figura entre os mais registrados, indicando uma renovação no gosto dos pais.
O levantamento analisou mais de 128 mil nomes próprios usados por brasileiros e, pela primeira vez, trouxe também dados detalhados sobre 195 mil sobrenomes.
Além de mudanças geracionais nos escolhidos, os dados refletem transformações sociais, culturais e até midiáticas que influenciam diretamente como as famílias escolhem chamar seus filhos.






