O ex-presidente Jair Bolsonaro é frequentemente associado ao cristianismo, mas sua relação com a religião desperta dúvidas e debates entre eleitores e especialistas. Ao longo dos anos, Bolsonaro fez declarações e adotou posturas que mesclam tradições católicas e evangélicas, gerando questionamentos sobre qual é, de fato, sua fé pessoal e como ela influencia sua vida pública e política.
Bolsonaro nasceu em uma família católica e foi batizado na Igreja Católica, mas ao longo da vida suas práticas religiosas passaram a se aproximar mais do universo evangélico. Em entrevistas e aparições públicas, ele já afirmou ter se convertido a uma forma de cristianismo mais alinhada ao protestantismo, embora sem filiação formal a uma denominação específica.
Nos últimos anos, Bolsonaro se aproximou cada vez mais de pastores e lideranças evangélicas, especialmente durante campanhas políticas em busca de apoio. Esse alinhamento gerou dúvidas sobre sua religiosidade: alguns o veem como devoto, enquanto outros questionam se sua fé tem mais caráter político do que espiritual.
Além disso, Bolsonaro costuma enfatizar valores considerados cristãos em seus discursos, como a defesa da família tradicional e a moralidade religiosa, reforçando sua imagem junto a um público conservador. Essa mistura de prática pessoal, conveniência política e identificação com diferentes tradições cristãs torna complexa a definição de sua verdadeira religião.
Fé, política e percepção pública
A relação de Bolsonaro com a religião vai além da prática pessoal, refletindo também em sua estratégia política. Ao se aproximar de líderes evangélicos e enfatizar valores cristãos em seus discursos, ele consolidou uma imagem de conservadorismo moral que ressoa com grande parte do eleitorado.
Essa postura reforça sua presença em debates sobre família, educação e costumes, temas centrais para a base que o apoia. No entanto, essa mistura de convicção pessoal e interesse político torna difícil definir sua fé de forma clara.






