A Usina Jatiboca, tradicional empresa do setor sucroalcooleiro sediada em Urucânia (MG), decretou falência na última semana e anunciou o encerramento de suas atividades até 10 de novembro. A medida afeta diretamente a economia local, já que a companhia é uma das maiores empregadoras da região.
Poucos dias após o comunicado, uma liminar da Justiça do Trabalho suspendeu as demissões coletivas, exigindo que a empresa negocie previamente com os sindicatos antes de qualquer desligamento. A notificação aos funcionários foi feita em 22 de outubro, informando sobre o fechamento da fábrica e o início dos acertos rescisórios, que seriam realizados de forma parcelada.
A medida provocou protestos de trabalhadores em frente à portaria da usina. Representantes sindicais seguem em negociação com a direção da empresa e com autoridades trabalhistas para estabelecer um cronograma de pagamentos que garanta renda mínima e estabilidade financeira às famílias impactadas pela crise.
Atualmente, a Usina Jatiboca emprega cerca de 1,1 mil trabalhadores na entressafra e chega a quase 2 mil durante a safra, além de gerar aproximadamente 5 mil empregos indiretos em toda a cadeia produtiva da região. O fechamento representa um duro impacto para Urucânia, município com pouco mais de 10 mil habitantes.
Crise no setor e incertezas para o futuro econômico da região
A falência da Usina Jatiboca expõe um cenário preocupante para o setor sucroalcooleiro mineiro, que já vinha enfrentando dificuldades devido à queda nos preços do açúcar e do etanol, além do aumento dos custos operacionais. Especialistas apontam que o caso evidencia a fragilidade de empresas de médio porte que dependem fortemente de crédito e de condições climáticas favoráveis para manter a produção.
Em Urucânia e nos municípios vizinhos, a preocupação é com o efeito dominó que a paralisação pode causar. Com a perda de empregos e a redução na movimentação econômica, o comércio local e os pequenos produtores rurais também devem sentir o impacto.






