O ex-jogador Robinho, condenado a nove anos de prisão por estupro, apresentou um pedido para deixar a Penitenciária II de Tremembé, no interior de São Paulo, onde cumpre pena há cerca de um ano e meio. A solicitação foi feita por meio de seu advogado, Mário Rossi Vale, e encaminhada à juíza Sueli Zeraik de Oliveira Armani, corregedora dos presídios da região de São José dos Campos.
A informação foi divulgada pelo jornalista Ullisses Campbell, na coluna True Crime, do jornal O Globo. Ao analisar o requerimento, a magistrada destacou que a decisão cabe à Secretaria da Administração Penitenciária (SAP), órgão responsável por avaliar pedidos desse tipo.
Mesmo assim, a magistrada destacou que “não se opõe à transferência, desde que sejam respeitados os critérios legais e haja vaga disponível em outra unidade prisional”. O pedido foi feito pouco depois de Robinho ser convocado pela Justiça para esclarecer suspeitas de possíveis privilégios dentro da penitenciária.
Durante a audiência, o ex-jogador negou ter recebido qualquer tratamento diferenciado, afirmando que “todos os presos são tratados da mesma forma”. Na solicitação, a defesa pede que ele seja transferido para um centro de ressocialização nas cidades de Limeira, Rio Claro ou Bragança Paulista.
O documento cita o bom comportamento de Robinho, a ausência de faltas disciplinares e também a possibilidade de que a Penitenciária II seja desativada nos próximos meses. A unidade onde ele está detido, oficialmente chamada de Penitenciária Dr. José Augusto César Salgado, é conhecida por abrigar presos de grande notoriedade.
Linha do tempo da prisão de Robinho
2013 – O crime em Milão (Itália)
➡️ Robinho e outros cinco brasileiros são acusados de participar de um estupro coletivo contra uma mulher albanesa de 23 anos, em uma boate na cidade italiana.
2014 – Início da investigação
➡️ As autoridades italianas abrem processo criminal após reunir depoimentos, mensagens e provas periciais.
2017 – Condenação em primeira instância
➡️ Robinho é condenado a nove anos de prisão por estupro coletivo pelo Tribunal de Milão. Ele não se apresenta à Justiça italiana, pois já vivia no Brasil.
2020 – Condenação confirmada em segunda instância
➡️ A Corte de Apelação de Milão mantém a pena de nove anos de prisão. O jogador continua em liberdade no Brasil, pois a Constituição brasileira proíbe a extradição de cidadãos natos.
2022 – Sentença definitiva
➡️ A Corte de Cassação (Suprema Corte da Itália) confirma em definitivo a condenação, encerrando todos os recursos possíveis no país.
2023 (janeiro) – Pedido de execução no Brasil
➡️ O governo italiano solicita ao STJ (Superior Tribunal de Justiça) que a pena seja reconhecida e cumprida no Brasil, com base em acordo de cooperação internacional.
2024 (março) – STJ homologa a condenação
➡️ O STJ reconhece a sentença italiana, determinando o cumprimento da pena de nove anos em território brasileiro.
2024 (março) – Prisão de Robinho
➡️ O ex-jogador se apresenta à Polícia Federal em Santos (SP) e é levado para a Penitenciária II de Tremembé, no interior de São Paulo — a mesma onde estão outros presos de notoriedade pública.






