Em 2015, a então presidente Dilma Rousseff afirmou que o Brasil precisava desenvolver tecnologias para “estocar vento”, gerando críticas e piadas na época. Agora, quase uma década depois, essa ideia se concretiza: o governo federal anunciou planos para lançar, ainda em 2025, o primeiro leilão de baterias para armazenamento de energia eólica e solar.
O objetivo é viabilizar o uso contínuo dessas fontes renováveis, mesmo quando o vento não sopra ou o sol não brilha. A queda de 50% nos preços das baterias nos últimos quatro anos torna essa tecnologia mais acessível e promissora para o futuro energético do país.
O ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, confirmou na última terça-feira (14) que o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva planeja realizar o primeiro leilão ainda este ano. A declaração foi dada em entrevista ao programa Bom Dia, Ministro, da EBC, em um contexto em que o país enfrenta os desafios do excesso de energia limpa e do rápido crescimento de fontes intermitentes.
De acordo com Silveira, o objetivo é “literalmente armazenar o vento”, ou seja, captar a energia gerada por turbinas eólicas e painéis solares nos períodos de pico e armazená-la em baterias de grande capacidade. Esse sistema permitiria fornecer eletricidade à noite ou em momentos de maior demanda, quando o sol já se pôs ou o vento não sopra com intensidade suficiente.
Como funcionará o leilão?
O leilão de reserva de capacidade com baterias funcionará como um mecanismo para garantir que haja energia disponível mesmo quando as fontes renováveis, como eólica e solar, não estiverem gerando eletricidade suficiente. Basicamente, o processo envolve alguns pontos-chave:
- Participação de empresas de armazenamento: Companhias que operam sistemas de baterias de grande escala poderão se inscrever para oferecer capacidade de armazenamento de energia.
- Oferta de energia armazenada: As baterias armazenam eletricidade gerada nos horários de pico (quando o sol brilha ou o vento sopra forte) e se comprometem a liberar essa energia em momentos de maior demanda.
- Leilão competitivo: O governo definirá critérios de preço e quantidade de energia a ser disponibilizada. As empresas apresentarão propostas, e aquelas com condições mais vantajosas vencerão o leilão.
- Garantia de fornecimento: O objetivo é criar uma reserva estratégica de energia para que o sistema elétrico funcione de forma contínua e estável, mesmo em períodos sem vento ou sol.
- Incentivo à inovação: O leilão também estimula investimentos em novas tecnologias de baterias e armazenamento de energia, fortalecendo a matriz elétrica renovável do país.






