Embora hoje a bandeira do Brasil não exiba a cor vermelha, em seus primórdios o país utilizou bandeiras com a presença desse tom, sobretudo por herança portuguesa, antes de adotar o verde e amarelo que conhecemos. Essa trajetória permite entender que a simbologia e o desenho da bandeira nacional mudaram conforme o país vivia diferentes fases políticas e simbólicas.
Período colonial e monarquia: as bandeiras com raízes portuguesas
Durante o período colonial, o território brasileiro usava as bandeiras do Reino de Portugal, com versões que variavam ao longo dos anos. Como parte dos domínios portugueses, o Brasil incorporava símbolos e cores desse reino, em que o vermelho aparecia em emblemas e brasões. Com a independência em 1822, o Império do Brasil adotou uma nova bandeira: fundo verde representava a Casa de Bragança, o amarelo simbolizava a Casa de Habsburgo, da imperatriz Maria Leopoldina, e ao centro estava o brasão imperial, decorado com ramos de café e tabaco.
República e nova bandeira nacional
Após a Proclamação da República, em 15 de novembro de 1889, o Brasil adotou um novo desenho para a bandeira. O brasão imperial foi substituído por uma esfera azul com faixa branca inscrita com “Ordem e Progresso”, e estrelas que representam os estados da federação. As cores verde e amarelo, que antes tinham origem dinástica, passaram a simbolizar—para o senso comum— as matas e as riquezas nacionais.
Rastro histórico do vermelho e significado atual
Mesmo que o vermelho não faça parte do desenho oficial atual da bandeira, sua presença histórica está ligada ao período colonial e à herança portuguesa. Compreender isso ajuda a reconhecer que a bandeira nacional passou por mais de um projeto e que suas cores e símbolos refletem diferentes fases da história brasileira. O verde, o amarelo, o azul e o branco, hoje tão familiares, são resultados de escolhas simbólicas que se consolidaram apenas com a república, encerrando a era em que o vermelho, ainda que de forma indireta, integrava a iconografia nacional.






