A proposta de criar um piso salarial para motoristas de aplicativos tem gerado debates em todo o país e expectativa entre os trabalhadores que dependem dessas plataformas. A definição de um valor mínimo por hora ou por corrida pode transformar a rotina dos motoristas e o modelo de remuneração das empresas de transporte por aplicativo.
Apesar de ainda não haver uma definição oficial sobre quando ou como a medida será implementada, o tema está sendo discutido por diferentes órgãos do governo e pelo Supremo Tribunal Federal (STF). O principal desafio é encontrar um equilíbrio entre garantir proteção financeira aos motoristas e preservar a flexibilidade que marca o trabalho por aplicativos.
O debate sobre a criação de um piso salarial para motoristas de aplicativo ganhou destaque após a Advocacia-Geral da União (AGU) sugerir ao STF a adoção de medidas de proteção para esses trabalhadores. A proposta busca estabelecer um valor mínimo de remuneração, mesmo sem caracterizar vínculo empregatício com empresas como Uber, 99 e Rappi.
Segundo as estimativas apresentadas, o piso por hora trabalhada seria de aproximadamente R$ 32,09 — sendo R$ 8,02 referentes à remuneração direta e R$ 24,07 destinados a cobrir custos operacionais, como combustível, manutenção e seguro do veículo. Outra proposta em análise prevê um modelo de pagamento por corrida, com valor fixo de R$ 10, acrescido de R$ 2 por quilômetro rodado e R$ 0,21 por minuto de viagem.
Atualmente, os motoristas de aplicativo em São Paulo registram um rendimento médio de cerca de R$ 6.428 brutos por mês, o que corresponde a aproximadamente R$ 2.502 líquidos, considerando uma carga de trabalho de cerca de 60 horas semanais. Já em Brasília, a média líquida é significativamente menor, ficando em torno de R$ 1.320, com jornadas que chegam a 50 horas por semana.






