O Parlamento da Grécia aprovou, nesta quinta-feira (16), um polêmico projeto de lei que autoriza jornadas de trabalho de até 13 horas diárias em situações específicas. A medida contou com o apoio do governo do primeiro-ministro conservador Kyriákos Mitsotákis, do partido Nova Democracia, enquanto a oposição critica a iniciativa, acusando-a de enfraquecer os direitos dos trabalhadores.
A nova lei permite que os funcionários trabalhem até 13 horas por dia para o mesmo empregador em até 37 dias por ano, quando anteriormente a carga horária máxima no país era de oito horas diárias. Segundo o governo, a jornada estendida será voluntária, e o trabalhador que aceitar terá um acréscimo de 40% no salário correspondente ao aumento da carga.
O projeto foi aprovado após dois dias de intensos debates no Parlamento e em meio a duas greves gerais realizadas neste mês por sindicatos. O partido de esquerda Syriza, que governou a Grécia entre 2015 e 2019, criticou a medida, classificando-a como “digna da Idade Média”.
Mesmo antes da aprovação deste novo projeto de lei, o governo conservador do primeiro-ministro Kyriakos Mitsotákis já havia tornado o mercado de trabalho grego um dos mais “flexíveis” da Europa. Desde julho de 2024, trabalhadores da indústria, comércio, agricultura e de determinados serviços podem ser obrigados a trabalhar seis dias por semana, caso o empregador assim determine.
Devido aos salários baixos, muitos trabalhadores na Grécia têm dois empregos e chegam a trabalhar até 13 horas por dia. A nova lei permitirá que essa carga seja cumprida para um único empregador, mas ainda permanece a questão de por que tantas pessoas não conseguem se sustentar com um emprego de 40 horas semanais.






