As indústrias de calçados Azul Safira e LQ, sediadas em Chapada, no norte do Rio Grande do Sul, encerraram suas atividades após quase 14 anos de operação. O último dia de funcionamento foi em 10 de outubro. No total, 135 trabalhadores foram desligados, e o espaço utilizado pelas fábricas foi devolvido à prefeitura do município, que tem cerca de 9,5 mil habitantes.
O encerramento das atividades está ligado às dificuldades enfrentadas desde a pandemia, sem relação direta com o tarifaço imposto por Donald Trump, embora o setor calçadista gaúcho tenha sentido seus reflexos. As empresas, que possuem acionistas chineses, produziam botas femininas de inverno destinadas ao mercado interno — sendo 80% das vendas para o estado de São Paulo.
Além dos impactos da pandemia, os invernos mais amenos registrados em 2022, 2023 e 2024 também contribuíram para a queda na demanda e agravaram a crise das fábricas. As dificuldades do mercado afetaram a produção: pouco antes do fechamento, as fábricas produziam 2,5 mil pares de calçados por dia, 66% a menos que antes da pandemia.
“Todos os funcionários vão sair com seus direitos; a empresa sempre foi muito correta, não teve uma mão cheia de ações trabalhistas em seus quase 14 anos de atuação”, disse o gerente Volmar Stürmer em entrevista ao portal GZH.
Impactos do fechamento e perspectivas para os trabalhadores
O encerramento das fábricas deixa um impacto significativo na economia local, considerando que Chapada tem pouco mais de 9 mil habitantes e as indústrias eram importantes geradoras de emprego na região.
A saída de 135 trabalhadores representa não apenas a perda de renda para essas famílias, mas também um desafio para o município em termos de recolocação profissional e manutenção da atividade econômica. Apesar da situação difícil, a empresa garantiu que todos os funcionários receberão seus direitos trabalhistas.






