Um dos clubes mais tradicionais do futebol brasileiro, o Atlético Mineiro enfrenta uma das piores crises financeiras de sua centenária história. Com uma dívida estimada em R$ 1,4 bilhões, o Galo sofreu uma nova derrota na Justiça e terá de apresentar o comprovante de pagamento da condenação em torno da transferência do atacante Deyverson.
O Atlético comprou o jogador do Cuiabá na janela do meio do ano passado por R$ 4 milhões em cinco parcelas. O clube pagou a primeira de R$ 500 mil, mas atrasou as quatro restantes. Em 17 de setembro de 2024, o Cuiabá notificou extrajudicialmente o Atlético, dando 20 dias para o pagamento.
O prazo venceu em 7 de outubro, e a situação foi levada à CNRD. No início deste ano, o Atlético vendeu o atacante ao Fortaleza. Com o descumprimento do acordo, as parcelas previstas para 2025 também se tornaram vencidas, obrigando o clube a pagar o valor total de uma só vez. Com juros e multas, o Galo deve cerca de R$ 4,055 milhões ao Cuiabá.
Agora, o Galo tem até o dia 27/10 para apresentar o pagamento e evitar que o processo seja encaminhado para a divisão de regulação para aplicações de sanções por descumprimento. As punições previstas são multa e o temido Transferban. Um possível rebaixamento no Brasileirão, no entanto, não está entre as possibilidades.
Presidente do Cuiabá rendeu críticas à CBF
Cristiano Dresch, presidente do Cuiabá, criticou duramente a Confederação Brasileira de Futebol (CBF) e o funcionamento da Câmara Nacional de Resolução de Disputas (CNRD), responsável por mediar conflitos financeiros entre clubes. Em entrevista, Dresch afirmou que a CNRD “incentiva calotes” e cobrou publicamente o pagamento de dívidas do Atlético Mineiro, Santos e Corinthians.
“Quem dá o calote são os clubes. Para piorar, eles continuam fazendo investimentos muito maiores do que essas dívidas. E aí a CNRD, que é um órgão da CBF que deveria coibir essa inadimplência, está tomando atitudes que incentivam o calote”, disse Dresch.






