No âmbito do Projeto de Lei de Diretrizes Orçamentárias (PLDO) 2026, o governo federal estima que o salário mínimo alcançará R$ 1.925 em 2029. Essa projeção faz parte de uma política de valorização do piso nacional que combina a reposição inflacionária (INPC) com um ganho real limitado pelo desempenho do Produto Interno Bruto (PIB).
Metodologia do reajuste
O critério aplicado envolve somar ao INPC acumulado do ano anterior uma fração de crescimento real baseada na expansão do PIB de dois anos antes. Contudo, há um limite para o ganho real, previsto no arcabouço fiscal, para preservar a sustentabilidade das contas públicas.
Segundo o PLDO e documentos técnicos que acompanham o projeto, os valores projetados para os próximos anos são: R$ 1.630 em 2026, R$ 1.724 em 2027, R$ 1.823 em 2028 e, por fim, R$ 1.925 em 2029. Esses números ainda dependem de aprovação do Congresso Nacional e poderão ser ajustados conforme os indicadores econômicos dentro do período.
Objetivos e limitações da política
A proposta visa evitar que o piso nacional perca poder de compra em anos de inflação elevada, ao mesmo tempo em que concede aumentos reais em momentos de crescimento econômico. Em sua formulação original, a regra de valorização foi utilizada entre 2006 e 2019, com mecanismos para garantir equilíbrio fiscal.
Mesmo confirmada no PLDO e nas notas técnicas, a proposta ainda depende de trâmites legislativos: análise pela Comissão Mista de Orçamento, votação no Congresso e sanção presidencial para se tornar lei definitiva.
Desafios para implantação
A estimativa depende de projeções de inflação e crescimento econômico que estão sujeitas a mudanças. Além disso, cada aumento no mínimo gera impacto direto no orçamento público: benefícios previdenciários, assistenciais e programas sociais estão conectados ao piso. Em termos numéricos, cada real de aumento projeta acréscimo de cerca de R$ 400 milhões em despesas federais, segundo cálculos governamentais.
Por isso, embora as projeções sinalizem cenário de valorização, sua concretização dependerá de equilíbrio entre ambições sociais e responsabilidade fiscal, além da evolução real da economia nos próximos anos.






